Vagas
- Alexandre Menphis
- 28 de nov. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 22 de out.
Há lembranças que se movem dentro de nós como o mar em dia de vento: vêm, recuam, deixam um rastro de espuma e silêncio. Há presenças que se tornam canções, não porque ainda as ouvimos, mas porque continuam ecoando no espaço entre o coração e a memória. “Vagas” nasceu desse murmúrio — do vai e vem das emoções que insistem em retornar, mesmo quando tudo parece distante.

VAGAS
Quando pensares em mim,
associa-me a uma tarde de verão,
ao vento que sopra do mar sem fim,
entoando no mundo, nuviosa canção.
Sou sombra, sou fulgor,
desapego e saudade,
queima em mim o calor
da frieza que me invade.
Sou como o céu a esmorecer,
que, lentamente, sua luz se apaga,
na penumbra do entardecer,
no turbilhão atroz das águas.
Sou noite, sou manhã, sou dia,
distante de ti, a mais pura agonia!
Desafortunada nave, que então naufraga,
na sombria e cruel imensidão das vagas.
— “Vagas”, poesia lírica de Alexandre Menphis, publicada na Antologia Alvorecer da Editora Porto de Lenha e em Vidas de Areia (2ª edição).
Às vezes, é o próprio mar quem nos escreve — por meio das marés da lembrança e das ondas da perda. O amor, como a água, nunca se extingue: apenas muda de forma, repousando nas entrelinhas do que fomos e do que ainda sonhamos ser.
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Abraços fraternos.
Alexandre Menphis.



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