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BLOG FANTÁSTICO MUNDO

Vagas

Atualizado: 22 de out.

Há lembranças que se movem dentro de nós como o mar em dia de vento: vêm, recuam, deixam um rastro de espuma e silêncio. Há presenças que se tornam canções, não porque ainda as ouvimos, mas porque continuam ecoando no espaço entre o coração e a memória. “Vagas” nasceu desse murmúrio — do vai e vem das emoções que insistem em retornar, mesmo quando tudo parece distante.



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VAGAS

Quando pensares em mim,

associa-me a uma tarde de verão,

ao vento que sopra do mar sem fim,

entoando no mundo, nuviosa canção.


Sou sombra, sou fulgor,

desapego e saudade,

queima em mim o calor

da frieza que me invade.


Sou como o céu a esmorecer,

que, lentamente, sua luz se apaga,

na penumbra do entardecer,

no turbilhão atroz das águas.


Sou noite, sou manhã, sou dia,

distante de ti, a mais pura agonia!

Desafortunada nave, que então naufraga,

na sombria e cruel imensidão das vagas.


— “Vagas”, poesia lírica de Alexandre Menphis, publicada na Antologia Alvorecer da Editora Porto de Lenha e em Vidas de Areia (2ª edição).


Às vezes, é o próprio mar quem nos escreve — por meio das marés da lembrança e das ondas da perda. O amor, como a água, nunca se extingue: apenas muda de forma, repousando nas entrelinhas do que fomos e do que ainda sonhamos ser.





Se você gostou, caro leitor , curta a postagem e deixe seu comentário, você é sempre bem-vindo ao Blog Fantástico Mundo.

Ah, se curte poemas líricos, góticos e reflexivos conheça meu livro Vidas de Areia.

Edição física:

E-book:


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Abraços fraternos.

Alexandre Menphis.




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