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BLOG FANTÁSTICO MUNDO

Sonho

Atualizado: 10 de out.

Um dos grandes mistérios da humanidade. Viajamos quando sonhamos? Em caso afirmativo, quem viaja? A nossa mente, o nosso espírito, o nosso eu interior? Ou tudo não passa de criações da nossa imaginação, baseadas em momentos vividos ou em desejos insatisfeitos, inalcançáveis, trancafiados no recôndito mais oculto da nossa alma?

O fato é que todos sonhamos e, durante esse curto período — talvez, para alguns, longos — reencontramos afetos e desafetos, conhecemos seres e lugares diferentes, somos impulsionados a viver outras realidades, às vezes opostas a tudo o que compreendemos.

De minha parte, posso dizer: quantas não foram as ocasiões em que sonhei com pessoas há muito distantes do meu ciclo social e, no dia seguinte, por algum sortilégio, as reencontrei — muitas vezes em lugares dos mais inusitados! Em outras situações, a realidade parecia simplesmente imitar aquela outra vida, a dos sonhos, quando reencontrei essas pessoas exatamente como as havia visualizado: local, roupas e outros detalhes incluídos. Maluco, não?

A poesia abaixo foi escrita numa tarde de outono e retrata uma mente obsediada por uma paixão impossível, que insiste em atormentá-la em seus sonhos. Amor, ódio, paixão — sublimes e tênues linhas limitam esses sentimentos, muitas vezes confundindo-os, assim como os sonhos e os pesadelos. Bora sonhar comigo.




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Sonho, em vão

o mesmo sonho

no engolfar enfadonho,

nas horas de abandono,

nos momentos, que aturdido,

o seu nome, iludido, chamo.


Por que me invades o desejo

e me torturas de forma atroz,

deturpando minhas resistências

me sufocando, cruel, a voz?


Luto, tentando despertar,

mas o desejo insiste em me agrilhoar

O suor inunde em bicas minha fronte.

Sussurro seu nome, o peito arfante,

sentindo a vida se dissipar.


Esse fantasma na noite sombria…

A fagulha de um ser, a sombra de um nome

lentamente meu ser, ele consome

aterrando a minha alma na lage fria.


Sonho, de novo, então,

o mesmo sonho

no engolfar enfadonho,

nas horas de abandono.

o mesmo sombrio demônio,

soturno, da solidão.


(Do livro Vidas de Areia.)



1 comentário

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Mariana D.
10 de out.

Amei a poesia gotica e também o texto que a antecede, muito interessante. Parabéns pelo blog.🥰

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