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Penumbra na Alma



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A escuridão sem dó acercava,

naquela taipa encanecida,

cada alma que mergulhava

em sua carícia sofrida.


Cada anseio, cada espera

fenecia, triste quimera,

em busca de um novo céu…


Carregado de esperança,

distante da real e ingrata lembrança

da fome nefasta queimando cruel.


Oh! Sombria madrugada,

de penumbra desenfreada!

Oh! Desejos vis, descomedidos,

que me tomam o peito em alaridos!


É preciso vencer a penumbra, caminhar

com os pés da alma, voejar.

A vida chama, num convite distante

e o seu beijo é suave, inebriante.


Oh! Funesta e longa madrugada,

rasguei minhas vestes, a luz do luar

cobriu de fulgor minha alma ultrajada,

e ao cadafalso, meu destino, recusei entregar.


(Publicada pela primeira vez em Corolário da Alma- Editora Porto de Lenha- selo Cavalo Café)



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