No livro “A Ninfa e o Príncipe dos Capelobos”, o segundo da série O Mundo dos Encantados, somos apresentados à Vila de São Paulo dos Campos de Piratininga em pleno século XVI, quando o príncipe Quetzal e seu companheiro de aventuras Honorato são enviados ao sul de Pindorama. O Príncipe dos Capelobos precisa encontrar um rico mercador e o filho deste, peças importantes em sua jornada além-mar, mas criaturas inumanas ameaçam atrapalhar seus planos.
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A Ninfa & o Príncipe dos Capelobos - Capitulo 6 - A Passagem - Trecho do capitulo:
— Agarús? — admirou-se o príncipe.
Os agarús eram capelobos selvagens que habitavam as florestas ao norte de Xuclotal. Alguns diziam ser eles os capelobos originais, a raça pura sem contato, nem mestiçagem com nenhuma outra. Seres selvagens e extremamente hostis. Mas o que estariam fazendo ao sul de Pindorama? Tucumac, parecendo ler os pensamentos do príncipe, disse:
— Eles certamente seguem ordens de alguém, príncipe Quetzal. Algum bruxo poderoso. Mas o que seus amigos lhe contaram ainda não é tudo. Há pouco, antes que acordasse, pessoas de seu interesse deixaram essa vila.
— Sim, Quetzal, o homem que Magoga mencionou. Ele e seu filho deixaram a vila numa carroça guarnecida por uma comitiva de cavaleiros.
— O mercador e seu filho… o rapaz que conhece Irati reencarnada. Então, precisamos nos apressar. — Antes, é preciso que se alimente, meu príncipe — disse Apoema. Piatã, o filho do pajé Tucumac, deu sinal para um de seus filhos e, pouco depois, o rapaz retornava acompanhado por uma jovem indígena trajada numa saia longa e encardida de chita. Nas mãos, uma peneira com peixe assado e beiju.
O príncipe olhou pela porta da velha tapera de taipa de pilão. Aquela vila que mais se parecia com uma aldeia indígena e não um povoado branco era São Paulo dos Campos de Piratininga. As casas de barro com telhados de sapé. Ao longe, se avistava o teto triangular e pontudo de uma grande capela de barro com uma cruz em seu topo. Muros de barro e pedra se estendiam, guarnecendo parte do povoado. Muitas casas pareciam danificadas. Ele soube depois que eram resquícios do grande embate que havia acometido o local, uma revolta de vários povos indígenas, que se uniram contra os portugueses e o líder Tibiriçá, que havia cedido todas aquelas terras aos jesuítas para que erguessem o povoado. Tibiriçá defendeu energicamente o local com a ajuda de seu genro e dos povos locais os quais havia convocado, rechaçando as tropas rivais no que ficou conhecido como o Cerco de Piratininga.
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Analisando o texto
Mistério e Intriga: O trecho apresenta um mistério central: os ataques dos agarús e quem os está enviando, e uma intriga: a partida do mercador e seu filho.
Elementos Fantásticos: A presença de agarús e a menção a um bruxo poderoso introduzem elementos fantásticos à narrativa.
Contexto Histórico: A descrição da aldeia e a menção ao Cerco de Piratininga fornecem um contexto histórico à trama.
Ação e Aventura: A partida do grupo em busca do mercador e seu filho no intuito de talvez os proteger do ataque dos monstros prenuncia uma sequência de ação e aventura.
Informações adicionais
Agarús: Os Agarús são descritos como capelobos selvagens, o que sugere que são criaturas com características fantásticas. Se considerarmos as lendas indígenas e as descrições que constam no livro, eles são seres com aspectos de tapir.
Irati Reencarnada: A menção à jovem reencarnada indica que a história pode envolver temas de reencarnação e espiritismo.
Cerco de Piratininga: O Cerco de Piratininga foi um evento histórico real que ocorreu em 1562, quando os povos indígenas da região se uniram para atacar a aldeia de São Paulo dos Campos de Piratininga.
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